Tarifas americanas desafiam diplomacia brasileira, enquanto outros países da região apostam em concessões para negociar

Com a retomada da política de tarifas por Donald Trump, o Brasil se vê em uma posição mais delicada do que seus vizinhos. Os Estados Unidos anunciaram novas taxas de até 50% sobre produtos brasileiros, citando razões políticas que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro, decisões do STF e o alinhamento do país ao grupo dos Brics.
Ao contrário do México e do Canadá — que conseguiram adiar ou suavizar tarifas com acordos estratégicos — o Brasil lida com exigências que escapam do controle direto do governo federal. Especialistas apontam que as demandas americanas ferem a soberania brasileira, ao exigirem mudanças em processos judiciais e decisões de um poder autônomo, como o Judiciário.
Apesar de o Brasil já ter iniciado conversas com autoridades dos EUA por meio do Itamaraty e do Ministério da Indústria e Comércio, o anúncio das tarifas veio mesmo assim. Analistas classificam o gesto como uma medida política e sem precedentes nas relações bilaterais.
Enquanto países como o México ofereceram reforço na fronteira e o Canadá reforçou o combate ao tráfico de drogas, o governo brasileiro encontra menos margem de manobra. A orientação, segundo especialistas, é manter uma postura técnica e diplomática, evitando reações precipitadas, mas sem abrir mão da autonomia nacional.